O GESTOR DE COMPRAS E A ERA DIGITAL

By Professora Adriana Correia

O GESTOR DE COMPRAS E A ERA DIGITAL

Considerando que estamos em uma época de grande transformação, especialmente no aspecto com o qual a empresa se relaciona com parceiros, fornecedores e clientes; o setor de Compras cresce cada vez mais, e adquire um cunho de área estratégica, uma vez que as organizações precisam se adaptar aos novos modelos de negociação, operação e aquisição, por conta da dinâmica de globalização do mercado.

A miscigenação das nações, das culturas, dos diferentes níveis de formação, dos idiomas, dos homens e das mulheres nas organizações, das próprias formas institucionais que mesclam modelos piramidais, matriciais e de redes exige, cada vez mais, competências comportamentais por parte das lideranças. E estar em um país de economia frágil e inflacionária, requer que criemos mais ainda, que busquemos nos reinventar, quebrar paradigmas e estarmos abertos ao aprendizado constante.

A exemplo do que ocorre com os atendimentos de contact centers, que antes centralizavam todas as demandas externas, hoje o mesmo está com uma procura menor, devido a crescente preferência do consumidor por canais digitais para a resolução de questões simples. Ou seja: atualmente os meios telefônicos e presenciais estão sendo utilizados para situações de maior complexidade.

Portanto, fazer mais com menos sempre foi um objetivo e faz parte das vertentes para Compras. Porém, isso deve se sobressair ainda mais, principalmente nesta fase da transformação digital, visto que além da crescente incorporação de sistemas eletrônicos de Compras (que são capazes de controlar desde a geração dos pedidos ao recebimento das mercadorias, realizando de 3 a 5 vezes mais processos de "procurement", garantindo a redução do preço de aquisição do produto), há uma preocupação significativa no sentido de garantir sustentabilidade e assimilar novas tecnologias.

Para isso, é crucial que os líderes saibam mobilizar as pessoas e construir as alianças necessárias em um curto espaço de tempo. Seja em startups ou em grandes conglomerados industriais, a tendência é que os gestores sejam responsáveis por mapear tudo o que está acontecendo na sua área de atuação e até em outros setores.

Além de identificar o caminho a seguir, os novos gestores precisam saber mudar de direção rapidamente. Quanto mais ágil for o processo, maior é a chance de ter sucesso, pois o impacto de novas formas de consumo tem sido avassalador em muitos mercados. Exemplos emblemáticos são o Netflix, o Uber e os aplicativos de bancos e entregas de refeições.

Mas, para mudar com rapidez, é necessário construir alianças e mobilizar pessoas dentro da empresa. Enquanto no passado era possível fazer isso usando ferramentas de comando e controle, a liderança de hoje precisa gerar engajamento de maneira mais inteligente: o novo gestor não ameaça seus colaboradores quando o resultado não é inicialmente atingido. Ao contrário, ele forma novos líderes e ouve toda a equipe em busca de soluções.

Ou seja: para ser um bom gestor da era digital é imprescindível considerar como temas fundamentais a capacidade de negociação, de tomada de decisão, de protagonismo, de visão crítica e de fazer com que as equipes colaborarem entre si, gerando uma integração de aprendizagem contínua.

Por isso, é imprescindível continuar se mantendo informado, atualizado e sendo um exemplo vivo de inovação para si e todos os demais: equipe, fornecedores, gestores parceiros, superiores, acionistas e clientes.

 

Por Adriana Costa Correia Sequeira